Eu não comecei como nómada digital em Portugal: oportunidades para mim foram trabalhar em duas companhias multinacionais americanas desde 1980 a 2005: a IBM e a Computer Associates.
Um dia, nesta última empresa disseram-me, talvez por palavras diferentes, aquilo que sintetizo a seguir: “Alfredo, tens sido um colaborador excepcional, mas… já não precisamos de ti!”.
Negociamos a minha saída e eu vim para o mercado pensando que facilmente encontraria um novo cargo de director comercial. Enganei-me! Ao fim de dois meses de buscas decidi criar a ASCMI.
Comecei a trabalhar a partir de casa. Consegui várias representações de marcas de software e hardware e lancei-me. No início, pegava nas páginas amarelas, contactava os potenciais clientes e agendava apresentações locais nas empresas contactadas. Umas vezes vendia e outras vezes não.
Então descobri que podia fazer isso a partir de casa sem me deslocar. Criei uma loja online para apresentar e vender os meus produtos e serviços.
Descobri o Skype para fazer chamadas telefónicas, o AnyDesk e o TeamViewer para fazer apresentações, instalações e prestar assistência técnica. Descobri várias ferramentas para criar os meus sites e os meus blogues e decidi também prestar esses serviços aos meus clientes.
Ter o meu computador portátil junto de mim permitia-me fazer uma quantidade infindável de actividades em qualquer lugar. Sentia-me um nómada digital em Portugal com oportunidades diversas.
Por fim, comprei uma autocaravana a partir da qual trabalho sempre que é preciso. Nunca sei quando estou a trabalhar ou se estou de férias. O contacto de um cliente leva-me de um ponto para o outro em segundos.
Um dia cheguei à conclusão que me tornei eu mesmo num nómada digital.
Oportunidades apropriadas para os nómadas digitais em Portugal
No decorrer da minha evolução dentro da minha própria empresa fui desenvolvendo várias actividades que hoje acho que são aplicáveis como oportunidades para qualquer nómada digital. Passo a descrever como me envolvi com cada uma delas e como cada uma delas é uma oportunidade para quem quiser trabalhar comigo, remotamente, claro.
- Software de facturação – quando comecei o meu negócio precisei de adquirir um software de facturação para começar a facturar os meus primeiros clientes. Quando o fabricante do software descobriu que eu tinha instalado e configurado a aplicação convidou-me para ser representante oficial da empresa. Posteriormente surgiram-me outros convites de outros fabricantes, a ponto de eu agora poder seleccionar com quem quero trabalhar e poder seleccionar qual deles é a solução melhor para os meus clientes. Deixei de visitar os clientes e passei a fazer todas as actividades remotamente usando as ferramentas que já enumerei.
- Criação de sites – rapidamente cheguei à conclusão de que a existência de um site era imprescindível para criar visibilidade e notoriedade para a empresa. Comecei por criar páginas em HTML mas mais tarde passei para WordPress. Passei a prestar esses serviços para os meus clientes. Contudo ainda tenho clientes que ainda não perceberam a importância de um site para o desenvolvimento de uma empresa.
- Criação de lojas online – precisei de começar a vender online. Comecei por criar uma loja online em OpenCart e duas em WooCommerce. Estão as três activas e a dar resultados. São os meus vendedores virtuais que trabalham 24 horas por dia para mim. Também criei lojas online para clientes.
- Criação de blogues – nos sites WordPress que criei fui criando, criei blogues para dinamizar o posicionamento dos sites e lojas online. Também criei alguns sites no Blogger da Google mas é lamentável que estes não sejam suficientemente valorizados em termos de posicionamento.
- Blogger temático – tenho como objectivo tornar-me um dia destes num blogger temático. Estou a pensar apostar nos temas “vida criativa” e no “autocaravanismo”. Deixo um vídeo gravado recente em Mértola, numa paragem rápida, enquanto íamos a caminho de Monte Gordo e outro já em Monte Gordo.
…
- Desenvolvimento de software – em termos desta actividade tive algum empenho em aprender algumas linguagens de programação para desenvolver uma aplicação de facturação para um negócio de venda de peças de automóveis mas foi tempo perdido porque entretanto começaram a aparecer os fabricantes de software de facturação que rapidamente e com a ajuda da AT dominaram o mercado. Antes já tinha participado com um colega do centro de assistência a software da IBM na criação de uma aplicação para envio automático das correcções aplicáveis a erros encontrados nos vários componentes dos sistemas operativos. Hoje as linguagens são outras, mas a base está lá. São uma grande oportunidade de trabalho para alguns nómadas digitais.
- Ensino de línguas – falo português, inglês e um pouco de espanhol. Nunca usei o meu conhecimento para exercer este tipo de actividade. Fiquei-me pelos ensinamentos que ajudaram a minha filha a avançar principalmente no inglês. Para qualquer nómada digital que domine línguas esta é oportunidade que pode ser aproveitada através de um serviço online remoto.
Nómada digital em Portugal: oportunidades mais procuradas
- Especialista de SEO – claro que para posicionar bem os sites e blogues tive de aprender técnicas de SEO. A concorrência é feroz e, ou estamos no topo dos resultados de pesquisa do Google ou estamos fora de mercado. É um trabalho árduo que leva tempo mas que mais tarde nos dá as suas recompensas. É o tipo de serviço que a maioria dos empresários não valoriza e que dá algum trabalho a vender. Qualquer nómada digital que se dedique a esta actividade tem de ter uma forte componente comercial.
- Especialista de redes sociais – uma das maneiras de fazer a divulgação de conteúdos é através da sua publicação nas redes sociais, seja manualmente ao recorrendo a ferramentas próprias para o fazer. Não consigo mensurar mas tenho a noção de que a gestão de redes sociais é muito explorada pelos nómadas digitais.
- Publicidade online – fazemos publicidade online todos os dias no Google. Investimos mais em remarketing do que em pesquisa. Sei que é uma actividade muito desempenhada pelos nómadas digitais. As pequenas empresas têm dificuldade em perceber as vantagens da publicidade online.
- Suporte técnico – sim, já prestei muito suporte técnico remotamente. Tenho um sistema de “help desk” para aceitar os pedidos de suporte dos meus clientes. A venda de avenças de assistência informática é a melhor solução para qualquer nómada digital sobreviver nesta área.
- Assistente virtual – já tive contacto com a prestação deste serviço. Reconheço a sua utilidade mas nunca recorri a ele. Se a empresa tiver muito movimento burocrático aconselho a sua utilização. Não me parece um serviço fácil de vender.
- Escritor “fantasma” – sim, dá jeito para quem quer enganar o próximo. Muitos já o fizeram e muitos continuam a fazê-lo. Não é a minha onda mas concordo que é uma oportunidade legítima para qualquer nómada digital em Portugal que busca oportunidades.
- Desenho gráfico – desenho gráfico também não é a minha onda. Desenrasco-me no photoshop para alguma necessidade urgente mas deixo esta actividade para os especialista em criatividade.
- Formação técnica – é uma das áreas indispensáveis para pôr um cliente em marcha. Normalmente uso uma ferramenta de acesso remoto para transmitir a imagem do meu computador ou para aceder remotamente ao computador do cliente. Estes serviços são normalmente uma consequência da venda de outros serviços.
- Representante comercial – desde 2005 que trabalho na área comercial. Para vender todos este serviços acima enunciados é necessário pelo menos um trabalho de acompanhamento se o cliente não decidir efectuar a compra de imediato. Normalmente o cliente deixa rasto nas nossas ferramentas de CRM e inbound marketing. Continuamos a segui-lo através do remarketing, por contactos de email e em último caso pelo telefone.
Nómadas digitais em Portugal: oportunidades na ASCMI
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